Quando o debate é a redução da maioridade penal
Não há quem questione que a morte do menino João Hélio Fernandes foi um crime bárbaro. Mas é impressionante como os chamados homens da lei deste país resolvem e resumem os fatos a casos simplórios. Agora, tentando demonstrar para a sociedade a eficiência do Governo, é como se a redução da maioridade penal fosse resolver todo o problema da violência que atinge, hoje, não somente os grandes centros urbanos, como também as pequenas cidades do interior Brasil.
Imagine um jovem que nasceu no meio da favela, vendo seus familiares - as pessoas que mais ama - em situação de plena miséria e lutando para sobreviver. À criança, não foi oferecida educação e os pais estavam sempre desempregados porque também foram excluídos no seio social. O menino cresce e vê, na própria exclusão à qual foi submetido, a solução para todos os seus problemas: no tráfico de drogas e assaltando a sociedade que lhe marginalizou vê a fonte do seu ganha-pão, nem que para isso o jogo seja matar ou morrer.
Esse, infelizmente, é o retrato social de exclusão e desigualdade social que predomina em todo o país. Não adianta reduzir maioridade penal se antes disso às crianças e aos jovens não for oferecida oportunidade de viver com dignidade. Caso contrário, a maioridade vai ter que ser reduzida para oito anos, o período em que as crianças já começam a ser aviões no tráfico de drogas e já aprendem que para enfrentar o mundo a lição é, antes de tudo, saber manusear uma arma.
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