cidadania

Wednesday, February 14, 2007

Quando o debate é a redução da maioridade penal


Não há quem questione que a morte do menino João Hélio Fernandes foi um crime bárbaro. Mas é impressionante como os chamados homens da lei deste país resolvem e resumem os fatos a casos simplórios. Agora, tentando demonstrar para a sociedade a eficiência do Governo, é como se a redução da maioridade penal fosse resolver todo o problema da violência que atinge, hoje, não somente os grandes centros urbanos, como também as pequenas cidades do interior Brasil.

Imagine um jovem que nasceu no meio da favela, vendo seus familiares - as pessoas que mais ama - em situação de plena miséria e lutando para sobreviver. À criança, não foi oferecida educação e os pais estavam sempre desempregados porque também foram excluídos no seio social. O menino cresce e vê, na própria exclusão à qual foi submetido, a solução para todos os seus problemas: no tráfico de drogas e assaltando a sociedade que lhe marginalizou vê a fonte do seu ganha-pão, nem que para isso o jogo seja matar ou morrer.

Esse, infelizmente, é o retrato social de exclusão e desigualdade social que predomina em todo o país. Não adianta reduzir maioridade penal se antes disso às crianças e aos jovens não for oferecida oportunidade de viver com dignidade. Caso contrário, a maioridade vai ter que ser reduzida para oito anos, o período em que as crianças já começam a ser aviões no tráfico de drogas e já aprendem que para enfrentar o mundo a lição é, antes de tudo, saber manusear uma arma.

Thursday, January 11, 2007

Miscelânea de conhecimentos (des)educa

Desde quando entra na escola, a criança se depara com uma multiplicidade sem tamanho de informações, distribuídas em uma grade curricular, igualmente numerosa. Números, letras, continentes, ossos do corpo humano, tabela periódica, os aspectos estático e dinâmico dos corpos...

Chega! Então, é tanta coisa que é aprendida apenas para fazer as provas de avaliação e que depois cai no esquecimento. Mas existe uma disciplina que seria fundamental, esta sim, educaria para a vida: aulas de cidadania. É a falta de cidadania que leva a formação de mestres e doutores em áreas específicas do conhecimento, mas que, ao mesmo tempo, são analfabetos políticos.

Deveria ser prioridade educar crianças, desde os 5 anos, para que relevem os fatos pautados todos os dias no Congresso como decisões que afetam suas vidas diretamente: é o preço do quilo do feijão que aumenta, é o salário que pouco tem poder de compra devido à alta da inflação... O que, o que é inflação? É, infelizmente, muitos jovens sabem fazer contas “monstruosas” ensinadas nas escolas, mas desconhecem como usá-las no dia-a-dia: falta discernimento crítico.

Mas o governo não tem interesse em formar pessoas críticas que possam contestar a ordem que impera, de desigualdade, de máfias nos cofres públicos facilmente esquecidas pela população desesperançosa, que acredita que a política e, na verdade, são os políticos, não tem mais jeito. O que é um grande engano, pois pessoas educadas para a cidadania, com certeza, saberão cobrar a garantia de seus direitos. Não é com uma miscelânea de conhecimentos que se promove a verdadeira educação.